Aí tem aquela cena clássica de criança que está aprendendo a ler, que quando sai na rua não quer somente ler TUDO o que vê, mas quer que alguém veja que ela está conseguindo fazer isso. Passei por essa experiência, e minha mãe que aguentava, principalmente quando estávamos dentro do ônibus, onde eu brincava de ler o maior número de placas, toldos, outdoors, propagandas em muros, postes, e as pichações que às vezes eram indecifráveis, em pouco tempo. Grafite não tinha o espaço que tem hoje, então na época se eu perguntasse a alguém mais velho o que era aquilo, ele diria "pichação".
Tive poucos livros infantis antes da pré-escola, e me recordo de dois que vez ou outra eu relia. Um era o Reindeer Rudolph (Rena Rodolfo), que eu tinha que me virar para entender através dos desenhos porque era em inglês e na pré-escola o estudo de inglês é bem limitado, ainda mais para quem está aprendendo também a sua língua materna. O outro era um antigo livro que já foi de minha tia mais nova, O Sapo e o Pato, que eu lia em 5 minutos, por ter mais ilustrações do que texto, mas além de rimas traz uma moral no final sobre a amizade e suas diferenças.
Era legal ler livros infantis. Quando estava na 1º série da escola, visitava com frequência a biblioteca, e lá eu me sentia num portal. Cada livro era uma porta, e em cada porta havia um lugar diferente onde eu podia viajar. O que eu não curtia muito era os livros com poucas páginas, e eu sabia que uma hora teria que começar a ler os livros grandes, que por sinal, formavam a grande parte dos livros da biblioteca.
Como a maioria das crianças, eu achava bacana livros com figuras. E eis que um dia eu encontrei em minha casa dois livros um pouco antigos, que comecei a folhear. Eles eram grandes, tanto no tamanho quanto na quantidade de páginas, e apesar de serem sobre folclore, não eram nem um pouco parecidos com o pequeno e colorido livro de folclore brasileiro que eu havia visto na escola. Reparei que cada um trazia cinco histórias e nenhuma ilustração. Respirei fundo e mergulhei naquele livro, onde todas a imagens sobre as histórias se formavam apenas pela minha imaginação. E eu que pensei que levaria dias para ler cada história, me surpreendi, e li uma história por dia.
Ler livros sempre foi uma coisa muito agradável para mim, me trouxe uma visão diferente do mundo, mudando a minha percepção de enxergar as coisas e as pessoas ao redor, e fazendo com que eu pensasse muito mais, com toda a liberdade de criar o meu próprio ponto de vista.
Com o passar dos anos venho conhecendo melhor o estilo de cada escritor, e como todo bom leitor, tenho os meus favoritos.
Infelizmente, até hoje no século XXI, a leitura não é algo que todos tem acesso. Numa matéria do Jornal Brasil Econômico, é relatado que os dados sobre a leitura no Brasil são escassos e inconsistentes, e apontam para uma situação dramática.
Segundo pesquisa do Instituto Pró-Livro, o brasileiro lê, em média, 1,3 livro por ano. Em 2007 éramos 77 milhões de pessoas que não liam e 21 milhões de analfabetos. A pesquisa também revelou a enorme concentração de livros: 66% estão nas mãos de apenas 20% da população, ao passo que 8% desta não têm nenhum livro em casa, e 4%, somente um.
Os mesmos dados indicam que os estudantes, mesmo os de curso superior, leem apenas dois livros por ano, enquanto na França esse número chega a oito, na Inglaterra a nove, e nos Estados Unidos a dez.
Já Galeno Amorim, presidente da Biblioteca Nacional, diz que os brasileiros leem 4,7 livros por habitante.
O que é bem melhor do que o número apontado pelo Instituto Pró-Livro. Sem conhecer o retrato fiel da leitura de livros no Brasil, temos que recorrer a outra mídia para saber mais. Em um país de quase 200 milhões de pessoas, a circulação média de jornais por dia não atinge 5 milhões de exemplares. Mais precisamente: 4.314.425 exemplares.
(Fonte: http://www.cultura.gov.br/site/2011/02/08/lendo-o-brasil-artigo/)
Em 2003, uma turma de Publicidade e Propaganda da UNIFACS (Universidade Salvador), produziu um vídeo interessante sobre a campanha de Incentivo à Cultura, que finaliza com a frase "Cuidado! Ler pode tornar as pessoas perigosamente mais humanas".
Uma coisa que apoio é a doação e a troca de livros. Você adquire o conteúdo e compartilha com alguém, seja por campanhas de doação de livros ou com amigos e conhecidos.
O Pequeno Príncipe, do escritor, ilustrador e piloto na Segunda Guerra Mundial, Antoine de Saint-Exupéry, é um ótimo exemplo de que um livro nunca será velho. Gerações afirmam que a história d'O Pequeno Príncipe pode ser interpretada de maneiras diferentes, quando lido pela mesma pessoas em várias fases de sua vida.
Acredito que quem chegou até o final desse post, goste de ler mesmo, porque o texto ficou enorme, haha.
E você, gosta de ler?
Lê por gosto ou obrigação (da faculdade/escola)?
Quantos livros lê em média por ano?
Qual você recomendaria?
@nayarakonno ^_~***
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